Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

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Sempre no período de carnaval ressurgem as marchinhas, gênero musical que narra temas cotidianos em versos simples e irônicos, que “grudam” na mente dos foliões. Quanto mais curta a letra, mais fácil para o público decorar. O bom autor de marchas é aquele que tem bom poder de concisão. Neste ponto, marchinhas e tuites se assemelham. Ambos exigem o dom de dizer muito em poucas palavras.

Um dos maiores compositores do gênero é João Roberto Kelly, são dele as clássicas “Maria Sapatão”, “Bota a Camisinha” e a mais tocada de todas, “Cabeleira do Zezé”. As duas primeiras escritas em parceria com Chacrinha e a última com Roberto Faissal. O Zezé que inspirou a dupla foi um garçom que lhes atendeu num restaurante em Copacabana, Rio de Janeiro. Além de Chacrinha, outro apresentador que cantou marchinhas foi Sílvio Santos (quem não se lembra da pipa do vovô?).

ORIGEM – As primeiras marchinhas começaram a ser escritas na década de 20. Suas características eram a malícia e a crônica de época, e representavam a expressão do humor popular dos botecos e das praças. O grande nome masculino do gênero foi, sem dúvida alguma, Lamartine Babo, autor de vários clássicos, entre estes “O Teu Cabelo Não Nega”, que versava sobre a mulata, mas também cutucava o golpe de Estado getulista, nos versos: “Mulata, mulatinha, meu amor / Fui nomeado teu tenente-interventor”.

O nome feminino do gênero é a cantora Carmem Miranda, que interpretava com maestria as composições de Lamartine Babo e de outros compositores da época. Aos 19 anos ela era a rainha da rádio cantando “Taí (Pra Gostar de Mim)”, uma marchinha de autoria de Joubert de Carvalho.

CURIOSIDADE – Lamartine Babo escreveu os hinos do Fluminense, Flamengo, Vasco, Botafogo e América. Como americano, ele caprichou no hino do seu clube. De fato, apesar de eu torcer pelo Fluminense, reconheço que o hino do América é o mais bonito de todos. “Hei de torcer, torcer, torcer…/Hei de torcer até morrer, morrer, morrer…/Pois a torcida americana é toda assim/A começar por mim/A cor do pavilhão é a cor do nosso coração. Ouça aqui.

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