Ontem, o presidente da República, Michel Temer, indicou seu ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para ocupar a vaga deixada pelo ministro Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF), a corte constitucional do país.
É inegável a robustez de seu currículo. Seu livro “Direito Constitucional”, que já está na 32ª edição, é um dos mais recomendados nos cursos de Direito Brasil a fora. Eu mesmo já estudei por ele várias vezes. Além disso, Alexandre de Moraes é professor universitário, livre-docente, tem doutorado, já foi promotor de Justiça etc. Currículo não lhe falta.
O problema é que desde o início dos anos 2000 ele se enveredou na política partidária, incialmente filiado ao PMDB, e hoje no PSDB. Há anos que pula de cargo em cargo em diversos governos. Sua atuação acadêmica perdeu espaço para sua atuação política. Tornou-se um homem de governos.
Tempos atrás, a indicação de um político-partidário para o STF causaria um reboliço enorme, com panelaços, gente na Paulista, capas de jornais e revistas, editoriais raivosos em telejornais etc. De uns meses para cá, contudo, o brasileiro voltou a ser pacífico, a se comportar como gado.
Não se trata de análise de currículo, ocorre que uma cadeira do STF será ocupada por uma pessoa comprometida com um grupo político, o que, teoricamente, não deveria ocorrer, vez que a corte em tela deve ser rigorosamente imparcial. Já não basta Gilmar Mendes e Dias Toffoli?
Pobre Florão da América…