Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

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*Texto escrito pelo jornalista Bruno Barreto.

A dicotomia Rosado x Rosado durante 30 anos dividiu a política em Mossoró. Embora o grupo de Rosalba Ciarlini tenha sido hegemônico durante praticamente todo esse período, o sandrismo equilibrava as forças tendo mandatos na Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados. Sem contar que na maior parte desse período esteve aboletado na estrutura do Governo do Estado.

O rosalbismo também tinha seus espaços na Assembleia e Câmara dos Deputados. Havia um equilíbrio de poder entre as duas alas do rosadismo.

Agora o cenário é diferente e lembra o período anterior à divisão política dos Rosados. O grupo rosadista tinha Carlos Augusto Rosado na Assembleia Legislativa e Vingt Rosado na Câmara Federal e o comando da Prefeitura de Mossoró com Dix-huit Rosado. Agora esses papeis são ocupados por, respectivamente, Larissa Rosado, Beto Rosado e Rosalba Ciarlini.

Como no período que antecedeu o pleito de 1986, há uma tensão abafada nos veículos de comunicação. Larissa quer ser reeleita como Carlos Augusto queria há 31 anos. Mas o rosalbismo quer lançar um nome novo de dentro de casa, Lorena Ciarlini, como Vingt Rosado queria fazer com Laíre Rosado no passado. Beto Rosado quer renovar o mandato como antes desejara Vingt, mas Sandra Rosado quer retomar o espaço que foi de seu clã por 13 legislaturas na Câmara Federal.

No passado, esse embate familiar provocou uma cisão que durou três décadas. Hoje não há a condição de grupo unido, mas de aliados de ocasião e com prazo de validade (?).

A estrutura da Prefeitura de Mossoró não tem condições de bancar duas dobradinhas federal/estadual no próximo ano. Na lógica rosadista é sempre “os de casa” primeiro. Sem uma estrutura de poder, a ala sandrista sabe que não voltará a ter o poderio de antes e já provou disso em 2014.

Insistir numa candidatura de Sandra a deputada federal pode por em risco uma reeleição possível de Larissa. Só uma estrutura tornaria a dobradinha viável.

Sem a ajuda palaciana, Sandra vai aceitar passivamente engolir mais um sapo ou seguirá máxima eternizada por seu pai, Vingt Rosado, de abrir os braços para não ser engolida?

A resposta a essa pergunta ajudará a responder a pergunta do título desta postagem: a aliança Rosado/Rosado tem prazo de validade?

PITACO DO TIO – Análise histórica e contextual bem acertada. Cá de minha parte acho que o grupo liderado pela ex-deputada Sandra Rosado não possui uma relação horizontal com o outro lado do rosadismo, mas sim uma relação de subserviência, aceitando calado e de cabeça baixa as decisões do grupo rosalbista, o que já foi mostrada em diversas circunstâncias desde a concretização da improvável aliança. Sem condições de dar um grito de independência, o sandrismo continuará obedecendo ao rosalbismo, como um índio segue o cacique.

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