Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

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AGORA SEJA – O astronauta Marcos Pontes, atualmente ministro da Ciência e Tecnologia, costuma dizer que a pessoa pode conseguir ser o que quiser na vida, basta que estude, trabalhe e persista.

Comentário do Tio: o rabo (de foguete) dele.

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CAMPOS MADUROS – Desde a semana passada os mossoroenses vibram com a notícia da venda de 34 campos produtores de petróleo do Polo Riacho da Forquilha. A PetroRecôncavo comprou o polo a Petrobras por US$ 384,2 milhões.

Vale frisar que a mesma euforia ocorreu no final do ano passado, quando igual negócio foi feito com a empresa 3R Petroleum, que posteriormente desistiu da operação. Na época foi alegado que o polo, que produz 6 mil barris de petróleo por dia, valia, no máximo, US$ 200 milhões.

Desta vez esperamos que o contrato de compra e venda seja efetivamente realizado.

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GOVERNADOR DIX-SEPT ROSADO – O município, que sofre com os altos índices de desemprego, será bastante beneficiado caso haja realmente a revitalização dos campos maduros. Muitos poços do Polo Riacho da Forquilha estão localizados na cidade, como os de Lorena, Três Marias, Baixa do Algodão, Colibri, Riacho da Forquilha e Patativa.

A revitalização significa um representativo incremento na economia do município, sobretudo pela geração de empregos e pelo aquecimento do setor de refeições.

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OS PAIS DA CONQUISTA – Muitos políticos já se apresentaram como o pai dessa conquista, mas apenas dois realmente merecem esse título: o senador Jean-Paul Prates (PT) e o deputado federal Beto Rosado (PP), que herdou essa bandeira do pai, o ex-deputado Betinho Rosado.

Os demais ajudaram apenas pontualmente, e, inclusive, há quem trabalhou contra e hoje quer receber louros pela possível venda dos campos maduros.

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INDENIZAÇÃO – Em 2006, a Caixa Econômica Federal (CEF) vazou o extrato bancário do caseiro Francenildo Costa, mostrando um depósito atípico em sua conta. A intenção era demonstrar que o caseiro havia recebido dinheiro de alguém para denunciar Antonio Palocci, então ministro da Fazenda.

O extrato foi divulgado em primeira mão pelos órgãos de comunicação da Rede Globo.

Diante da divulgação, Francenildo teve que revelar um segredo familiar: ele era fruto de uma relação extraconjugal, e o depósito fora feito por seu pai, que o escondia da família. Depois de tudo, seu pai nunca mais quis conversa com ele.

O caseiro levou o caso para a Justiça. A sentença definitiva foi publicada há alguns dias. Ele receberá R$ 1 milhão da CEF a título de indenização por danos morais e materiais. A Editora Globo, também ré, foi absolvida.

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ESTRANHO NO NINHO – No dia 27 de abril, um sábado, eu pedalava à tarde pelo Centro da cidade quando avistei, no Memorial da Resistência, várias pessoas vestidas com camisetas vermelhas assistindo a uma palestra. Aproximei-me mais um pouco e notei que a palestrante era a deputada federal Natália Bonavides (PT), e que o assunto em tela era Reforma da Previdência.

O assunto me despertou interesse e então eu fiquei, meio de longe, ouvindo o que a deputada dizia, ao lado de minha bike.

Estranhamente comecei a perceber alguns olhares enviesados em minha direção. Como a palestra era em um local público, logo concluí que não havia problema em eu estar ali.

Dali a pouco vem em minha direção o sindicalista Pedro Lúcio, presidente do PC do B local, e me diz que as pessoas estavam cochichando, dizendo que havia um bolsonarista “espionando” a palestra. No caso, eu.

Bolsonarista, por quê? Indaguei. Ele então apontou para a camiseta que eu estava usando. Foi então que eu descobri o motivo dos olhares inquietantes.

Eu nem me tocara, mas usava uma camiseta com a bandeira do Brasil estampada (foto acima), camiseta esta que eu comprei quando da Copa do Mundo de 2014, e que nada tem a ver com Bolsonaro.

A uma, acho uma grande besteira pessoas acharem que os símbolos nacionais são de uso exclusivo dos apoiadores de Bolsonaro; a duas, friso que ninguém foi além do olhar enviesado e do cochicho. Não fui hostilizado em nenhum momento.

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A BALANÇA DO TWITTER – A equipe de tecnologia do grupo Folha, denominada Delta, estudou a fundo o comportamento do brasileiro no Twitter. Através de algoritmos foram analisados 1,7 milhão de perfis. O resultado da análise foi destrinchado no podcast Café da Manhã, da Folha, edição de ontem.

Em suma, a equipe trabalhou com uma espécie de régua, onde num polo ficou o ativista Guilherme Boulos, ex-candidato a presidente da República, e no outro o astrólogo Olavo de Carvalho, mentor intelectual do bolsonarismo.

A partir desse parâmetro eles tiraram muitas conclusões, todas explicitadas no podcast acima citado. Numa delas, eles descobriram que os 05% mais radicais tem duas características bem marcantes: são os mais atuantes na rede e não seguem perfis de quem pensa diferente deles.

A equipe da Folha esclareceu que a análise é feita no Twitter, pois esta é a rede social que mais libera informações, que tal estudo é impossível de ser feito no Facebook e WhatsApp por exemplo, pois seus dados são muito sigilosos.

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TERCEIRIZAÇÃO DA SEGURANÇA – Aproveito o decreto publicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), afrouxando as regras para porte e posse de armas e munições, para reiterar meu pensamento em relação ao tema. Defendo que armar a população é um reconhecimento de incompetência do governo, que deveria fazer nossa segurança, afinal é pra isso que pagamos tributos. Armar a população é uma espécie de “resolva entre vocês”, tipo western.

Assim, como a nossa segurança caberá a nós próprios, que baixem os tributos.

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DADOS – Li numa matéria do Estado de S. Paulo que em 2017 foram apreendidas no Brasil 14 mil armas originalmente legais, mas que haviam ido para o mundo do crime em razão de perda, extravio, furto, roubo etc. Com as novas regras, é claro que esse número aumentará, ou seja, mais bandidos armados nas ruas.

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NADA A VER COM O PASSADO – Investir é apostar. Comparando com o futebol, ninguém vai apostar num time em que os atletas vivem brigando entre si e onde há três jogadores lunáticos acreditando que forças alienígenas interferem nos resultados dos jogos. Além disso, o presidente do clube reconhece não entender nada de futebol. Quem danado vai apostar num time desses? Nada tem a ver com o passado do time.

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O PRÓPRIO – O post acima reflete exatamente o que Paulo Guedes, hoje ministro da Economia, dizia nas palestras que realizava durante a campanha eleitoral. No afã de conseguir votos para Jair Bolsonaro, ele dizia que a economia se baseia principalmente em perspectivas, e que se estas forem boas os indicadores econômicos melhoram.

Na argumentação dele, bastava a perspectiva de vitória de Bolsonaro para a economia crescer.

Pois bem, Bolsonaro venceu, tomou posse, e está há mais de quatro meses no mandato. Nesse período os índices econômicos só fizeram piorar.

Mais uma vez o povo foi enganado.

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ACERTE NO PRESENTE – O blog lembra aos filhos, esposas etc. que domingo é Dia das Mães, não Dia da Dona de Casa.

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CAPACIDADE LIMITADA – Constantemente esquecemos nomes de pessoas, suas características e origem. Por vezes isso se torna uma situação constrangedora. A gente chega a pensar que estamos perdendo nossa memória etc. Não, não é isso.

Um estudo da Universidade de Oxford concluiu que nosso cérebro só consegue memorizar, no máximo, informações sobre 150 pessoas, incluindo os amigos virtuais. Passando disso, ele começa a dar tilt, caracterizado nos esquecimentos trazidos no início do texto.

Pois é, quando alguém – especialmente os que trabalham lidando com muitas pessoas – não te conhecer na rua, não conclua de imediato que ele fez que “não te conhecia”. Nesse caso, o problema é a capacidade limitada do cérebro de guardar faces e nomes.

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SUGESTÕES/CRÍTICAS – Esta coluna é atualizada às sextas-feiras, sempre às 04h59. Sugestões e críticas podem ser enviadas para o número 99648-2588 (WhatsApp).

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