Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

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            Falta de dinheiro e de patrocinadores impediram a concretização da comemoração. Infelizmente, todos os planos de realização de um concerto para celebrar o aniversário de 40 anos de Woodstock foram cancelados por falta de dinheiro e de patrocinadores. Michael Lang, um dos idealizadores e realizadores do lendário festival em 1969, vinha planejando organizar um show gratuito em Nova York, em agosto, mas não conseguiu juntar as cifras necessárias.

 

            Voltando um pouco no tempo: no ano de 1968 o Brasil viveu o período mais duro do regime militar, onde foi imposta a censura à imprensa e as liberdades individuais foram suspensas. Paralelamente a estes acontecimentos surge uma contracultura genuína, onde os seus militantes ficaram conhecidos como hippies, surgidos inicialmente nas ruas de São Francisco, na Califórnia, e que viria a causava impacto e mudar a concepção de vida dos jovens em todo o mundo. Estimulada pelo rock ‘n’ roll e por uma experiência renovada da natureza, era deflagrada uma rebelião pacífica com forte toque espiritual. Também no Brasil, a contracultura hippie espalhava sua plumagem colorida e ocupava cada vez mais espaço nas ruas, afinal, as palavras de ordem eram “faça amor, não faça guerra”. Mas um parcela da juventude preferiu aderir aos ideais políticos e a repressão ainda rolava solta nos porões da ditadura e a Igreja continuava atormentando com seu legalismo e com o falso moralismo da extrema direita no comando.

 

          O ano de 1969 não foi apenas o ano em que o homem pisou na Lua, neste ano o pacifista Martin Luther King era assassinado a tiros e era iniciada a Guerra do Vietnã. Que jovens protestavam e se posicionavam contra os padrões conservadores e hipócritas da sociedade. Era o Verão do Amor, mais de 500.000 pessoas se reuniam para celebrar a paz e o amor. Era o maior festival de música do planeta, que contou com a participação dos maiores mitos da música e de ícones da geração hippie.

 

          As pessoas que tiveram o privilégio de viver o festival de perto, saíram revigoradas pela nova proposta de “sociedade alternativa”. Mas o festival não foi só de maravilhas, faltou comida, as condições sanitárias eram precárias (quase inexistentes), muitas drogas, muito álcool, muitas pessoas se desencontram. Três delas morreram. Em contrapartida, nasceram 3 crianças. Apesar de tudo, de toda a aglomeração de pessoas, não aconteceu nenhuma ocorrência que pudesse ser considerada grave. Não foi comunicado nenhum crime violento na área e nenhum caso de roubo ou invasão de domicílio nas casas vizinhas. A ação da polícia limitou-se à apreensão de drogas e pequenos casos, somente.

 

            Para finalizar, Jimi Hendrix sobe ao palco, brindando aqueles que ainda não tinham ido embora, com a inovadora interpretação do hino nacional dos EUA, “The Star Spangled Banner” arrancando assim de sua guitarra explosões de bombas, granadas, rajadas de metralhadoras e roncos de helicópteros, numa clara alusão a Guerra do Vietnã.

 

           A maioria saiu do Woodstock com uma visão totalmente diferente do mundo.  O impacto provocado pelo festival atravessou gerações e continua influenciando o gosto musical de jovens no mundo todo.

 

          Acaba de chegar ao Brasil o livro Woodstock (Editora Agir, 320 páginas, R$ 49,90), de Pete Fornatale. A obra traz centenas de entrevistas e depoimentos de Jimi Hendrix, Joe Cocker, Joan Baez, entre outros, que relatam o festival.          

 

         Além do livro citado, essa reviravolta pacifista, regada a muito amor livre e psicodelia, é mostrada no filme Taking Woodstock, dirigido por Ang Lee e já está sendo criticado por conter cenas de nudez, sexo, drogas e, claro, muito rock n´roll na veia.

 

E poderia ser diferente?

 

Por Marcos Aurélio.

(Contabilista e Sociólogo).

 

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9 respostas

  1. Não vou falar nada!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  2. Valcimom viveu a época.´Época dessas qunado usava brilhantina!!!

  3. Tio, outra… a Guerra do Vietnã começou em 1959. Os EUA entraram na guerra em 1964, de uma forma não-oficial, e em 1965 oficialmente…

  4. A referência ao ano de 1969 em relação à Guerra do Vietnã se dá pelo fato de ter sido o ano das grandes manifestações contrárias à guerra, principalmente pela juventude. Estima-se que em torno de 50 mil soldados foram mortos durante o conflito armado acontecido no Sudeste Asiático entre 1959 e 1975, inicialmente travada entre a República Democrática do Vietnã (Vietnã do Norte e a República do Vietnã (Vietnã do Sul) que era apoiada pelos Estados Unidos. Em 1965 os Estados Unidos enviaram tropas em apoio ao aliado e veio a se retirar somente em 1973 após humilhante derrota e dois anos depois o Vietnã foi reunificado sob governo e regime socialista.
    Quanto a Martin Luther King Jr. realmente faleceu em 4 de abril de 1968, mas seus ideais libertários, um dos mais importantes líderes do ativismo pelos direitos civis foi incorporado ao anseio da juventude que buscava estes fundamentos de vida.

  5. Quer saber mais detalhes acerca deste festival? pergunte ao meu amigo Marcos Aurélio (contabilista de primeira qualidade) pois ele participou do mesmo. Sabe de todos os detalhes!

  6. Ninguém mais capacitado para falar de tal evento, pois Marcos além de ter participado, distribuiu muitos comprimidos de LSD por lá, e por falar nisso o homem está novamente com o seu inigualável visual “Woodstockiano”. Valeu, Marcos!

  7. Gostei do texto Marcão!. Realmente o festival de maior influência de todos os tempos foi Woodstock. Ali era o tempo de música boa, música de protesto.O tempo que a música influenciava e traduzia o que uma juventude sentia. Hoje a mentalidade das pessoas mudaram muito, mas mesmo assim ainda há pessoas que continuam influenciadas por todo esses movimentos dos hippies e do Woodstock. Sensacional!

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