Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

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Art. 5º da Constituição Federal:

IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

 

Na última quinta-feira alicercei-me na figura constitucional da liberdade de expressão (por certo desconhecida por alguns alunos) para criticar esse vídeo, produzido pelos alunos de Comunicação Social, habilitação em Publicidade, da UERN. Um vídeo que julguei, ainda dentro de minha liberdade de expressão, desalentador e, assim como a teoria da maçã podre, uma mostra do nível do curso de comunicação social da UERN.

Inocentemente pensei que a maioria lamentaria, assim como eu, a qualidade do vídeo, mas ocorreu justamente o contrário. Os alunos do curso de Comunicação Social se arvoraram em defendê-lo, criticando-me acidamente, dizendo que, como não sou formado em Comunicação Social, jamais entenderia a qualidade inserta no vídeo. Leia alguns trechos de comentários inseridos por alunos na comunidade do curso no Orkut.

 

(…) mas é insensatez tentar argumentar dentro do campo midiático e acadêmico com um prático que está simplesmente defendendo o velho argumento do tecnicismo para ser um jornalista.

O que realmente me preocupa é se apoderarem do jornalismo para produção de conteúdo evasivo, sem qualquer preocupação com os fundamentos desta atividade.

 

Aliás, vocês deveriam ganhar um 10 (…) Não vamos nos abalar com as críticas pois são resultado de um desespero crescente daqueles que em pouco tempo serão jubilados por uma geração de jornalistas,radialistas e publicitários bem mais ética e competente. 

 

(…) só nos fazem perceber o quanto estes ditos “profissionais” temem os que estão aqui na academia buscando qualificar-se para este mercado tão amador.

 

Parabéns a todos os produtores do vídeo!!!!!!

 

A internet, como já disseram muitos, democratiza a informação, mas possui seus efeitos COLORAIS, digo, colaterais que são, na maioria das vezes, danosos. 

 

Primeiramente, os professores precisam deixar de ensinar os alunos a imitarem o RBD e ensinar-lhes a diferença entre material jornalístico e coluna de opinião. Algo básico, no meu sentir.

Este blog é essencialmente de opinião. Não tenho pretensão de ser jornalista, até porque escrevo este espaço por mero hobby. Sou bacharel em Direito e compro meu feijão com os vencimentos do cargo público que exerço. Não me vejo ocupando o espaço de ninguém.

Sinto em algumas opiniões um rancor enorme dos alunos em relação aos que eles chamam de “práticos”. Eles os veem como inimigos, como desafetos etc. É como se os formados integrassem o jornalismo sadio e os práticos exercessem um jornalismo doente.

Não quero entrar no mérito desta discussão, acho-a uma tremenda bobagem. Há mecânicos práticos que descobrem defeitos no carro não vistos por mecânicos formados em cursos técnicos.

Anos atrás, por exemplo, eu possuía uma moto e esta apresentava um defeito no motor. Perguntei a um engenheiro amigo, que trabalhava na Honda, qual era o defeito. Depois de algumas análises ele me disse que não poderia me dizer naquele instante, mas iria estudar. Ato contínuo, levei o problema para um mecânico, analfabeto, e ele, em menos de dois minutos, já apontou a razão do defeito.

Outro caso é Pelé, considerado o maior jogador de futebol de todos os tempos, mas que não entende nada de tática e técnica. Ao contrário, Luxemburgo foi um jogador medíocre, mas é um dos melhores técnicos de futebol da atualidade. 

O “canudo” não garante talento nem uma boa escrita.

Conheço pessoas já formadas em Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, pela UERN, que escrevem em desacordo com as regras da imparcialidade e da correta apuração dos fatos. Pessoas que usam espaços para enganar e distorcer situações. Ou seja, há bons e maus jornalistas no campo dos práticos e também no campo dos possuidores de “canudo”. Diferenciar os grupos de forma maniqueísta demonstra um senso equivocado, uma inocência, ou, quem sabe, má-fé.

Não quero polemizar, não quero atacar e nem defender ninguém, quero apenas exercer meu direito de emitir OPINIÃO, garantido na Lei Mãe do país.

E, ainda exercendo este direito, fico triste ao saber que o vídeo citado seja tão defendido por alguns alunos de Comunicação Social, que o consideram irreprochável. Procuram na teoria explicar algo tosco e vergonhoso.

Fico assim a me perguntar: Então eu terei que ler livros e mais livros teóricos e assistir a muitas aulas para ENTENDER a maestria daquele vídeo? Essa turma está cega, doida ou o quê?

Será que os pais desses meninos sabem que eles estão indo para a UERN fazer isso?

Ora, reconheçam a ínfima qualidade do vídeo e deixem de levar isso para o maniqueísmo tolo de classificar em bons os formados e em maus os “práticos”. Deixem essa asneira de dizer que “prático” tem medo de jornalistas formados.

Vamos usar nosso senso crítico e deixar de defender o indefensável. Ora, bolas.

Encerro desejando sucesso para todos, apesar dos pesares. Que Juno abençoe a todos, os práticos e os não práticos.

 

 

 

 

 

 

   Ouvindo BREATHE, com U2, encerro esse post.

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