Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

0

 

01 – Em Guarulhos (SP), uma magistrada não acatou uma ação no Juizado Especial onde a parte autora cobrava o pagamento de um cheque no valor de R$ 385,00. Segundo a magistrada Vera Calviño, não se deve admitir que a máquina judiciária seja movimentada por valor tão irrisório. Se este mesmo entendimento fosse aplicado em Mossoró, acredito que mais de 80% dos processos seriam arquivados. Tem gente aqui movimentando o Juizado Especial para cobrar R$ 5,00. Além do mais, há comerciantes, sobretudo nas comarcas do interior, que transformam o Juizado Especial numa agência de cobrança. As vantagens são muitas: o serviço é gratuito, mais eficaz (pois o devedor costuma respeitar o Judiciário), célere e mais simples. Para entrar com um processo no Juizado não precisa de advogado e também não precisa ter nenhum documento assinado pelo devedor. Assim, o comerciante/bodegueiro que descobre este caminho torna a repeti-lo sempre que algum cliente demora a pagar a conta. Tem deles que semanalmente estão nas secretarias judiciárias para protocolarem processos cobrando contas de R$ 50,00, R$ 30,00 e, como já citei, R$ 5,00. Uma vez protocolado o processo, segue uma série de atos que demandam custo e ocupação de servidores. Ao final, o Judiciário gasta bem mais do que o valor que está sendo cobrado. Por estas razões, há muitas discussões envolvendo estas causas de pequeníssimo valor, contudo, como a lei dos Juizados Especiais não estipula valor mínimo, os magistrados costumam receber e dar seguimento a estas ações, mas tudo indica – e a decisão da juíza de Guarulhos já demonstra isso – que a jurisprudência definirá um valor mínimo para ser cobrado nos Juizados Especiais.  

 

02 – TIO COLORAU ENTERTAINMENT GOLD – No melhor estilo “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”, o cineasta piauiense Cícero Filho fez o ótimo Ai Que Vida ***** (2007), um filme modesto, simples e que retrata com extrema realidade a vida numa pequena cidade do Nordeste. Percebe-se nitidamente que o filme foi feito com pouquíssimos recursos, o que nos faz admirar ainda mais o cineasta, tamanho seu talento em produzir tão realista filme com escassez de dinheiro. Para você ter uma ideia do realismo da película, o filme começa mostrando passageiros sendo transportados em uma D-20, com todos aqueles problemas causados por este tipo de transporte. Traz ainda parque de diversões, velórios, comícios, cafés da manhã, etc. E Como em toda cidade pequena, tem o corno, o gay, o garanhão, o comerciante etc. Tudo feito de forma crua, honesta, sem aquela coisa caricata que caracteriza os filmes que retratam a vida interiorana.

O filme gira em torno de uma campanha eleitoral, onde o prefeito, um corrupto por convicção, tenta a reeleição. Apesar de ele não fazer nada pelo povo, sua aceitação é incrível. Zé Leitão desvia dinheiro, superfatura obras e trata com impressionante descaso a educação e a saúde do município, mas nada disso parece incomodar os moradores, o que causa indignação em Cleonice, que decide disputar a prefeitura.

Para quem gosta de obras sobre a vida do sertanejo, este filme é obrigatório.     

 

Abaixo, a sinopse oficial do filme:

 

Em meados dos anos de 1990, a fictícia cidade de Poço Fundo, no interior do Nordeste, está vivendo um verdadeiro caos em sua administração pública. O Prefeito Zé Leitão (Feliciano Popô) é um corrupto de mão cheia, capaz de tudo pelo dinheiro, seu egoísmo é a sua principal característica.

Zé Leitão já governa Poço Fundo há quatro anos, mas nada fez pela cidade em seu mandato. A população não consegue enxergar as coisas ruins que o prefeito faz. São iludidos com as falsas palavras de Zé Leitão e subestimados com os “programas sociais” que são realizados em seu mandato. Visto isto, a micro- empresária Cleonice da Cruz Piedade (Antonia Catingueiro) se revolta com os absurdos administrativos de seus governantes e decide “acordar” o povo sobre a atual situação da cidade. E luta pelos direitos do seu povo e conseguirá arrastar multidões em seus claros discursos, tornando-se assim querida por toda a população da cidade.

O filme também conta com uma segunda vertente: o triângulo amoroso entre Jerod (Welligton Alencar), Valdir (Rômulo Augusto) e Charleni (Irisceli Queiroz).

 

Para ver o trailer clique aqui.

 

Ouvindo MEU ERRO, com PARALAMAS DO SUCESSO, encerro esse post.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *