Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

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A prisão do empresário cearense Júnior Evangelista da Silva Júnior, que atua no ramo de vaquejada no Ceará e é apontado pela Polícia Federal como um dos principais fornecedores de cocaína em alguns Estados do Nordeste, pode resultar em novas prisões no Rio Grande do Norte. A prisão dele é o desfecho da Operação Atalaia, realizada pela PF de Boa Vista (RR), onde mais de 30 pessoas foram presas. Júnior é noivo da colunista social e modelo mossoroense Lílian Moura.
Júnior Evangelista foi preso pela Polícia Federal de Roraima na manhã de sexta-feira da semana passada, 3, quando saía de sua residência, que fica em um bairro nobre da capital cearense. A prisão dele foi decretada pelo juiz Jarbas Vasconcelos de Miranda, responsável pela Vara Criminal da Comarca de Boa Vista, devido às investigações realizadas durante a Operação Atalaia, deflagrada no dia 13 de março deste ano. Naquela ocasião, os agentes federais cumpriram 27 mandados de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão nos estados de Roraima, Amazonas e Ceará.
Por enquanto, a Polícia Federal prefere não revelar muitos detalhes sobre os próximos passos da investigação, mas a ligação que o empresário Júnior Evangelista tinha com o Rio Grande do Norte pode ser um indício de que o Estado também era abastecido através do esquema de compra e vendas de cocaína que ele supostamente comandava a partir de Fortaleza, no Ceará. “Conforme apurado pelas investigações, Evangelista era um dos fortes distribuidores da droga para o nordeste brasileiro”, destaca a PF de Roraima através da assessoria.
De acordo com matéria publicada no Jornal Folha de Boa Vista (RR), a investigação que resultou no desmantelamento de uma numerosa quadrilha interestadual foi iniciada há cerca de sete meses, quando 12 pessoas foram presas em flagrante durante uma outra operação, o que resultou na apreensão de 93kg de cocaína. As investigações continuaram desde aquela época, até que foi identificada a ligação entre grupos de traficantes que agiam pelo menos em três Estados (RR, AM e CE). Com relação ao RN, a investigação ainda está em andamento.

Empresários atuavam como financiadores do crime
Em matéria publicada no Jornal Folha de Boa Vista, logo após a Operação Atalaia, o superintendente da Polícia Federal de Roraima, José Maria Fonseca, afirmou que a maioria dos presos era empresário e todos atuavam como financiadores do tráfico interestadual de entorpecentes.
Segundo José Maria Fonseca, os demais operavam no transporte da droga. Estes são mais conhecidos como “mulas”, responsáveis em preparar os veículos que carregavam as drogas, enquanto os “intermediários” recebiam o entorpecente e o reembarcavam para o Ceará.
Fonseca disse ainda que as empresas de propriedade dos acusados serviam para lavar o dinheiro que era adquirido através do tráfico de drogas, além de financiar a compra.
Durante o cumprimento das determinações judiciais, a PF chegou a apreender 20 carros de luxo e 10 motocicletas. Todos os bens, segundo a Polícia Federal, seriam oriundos do tráfico de drogas.

Nordeste seria um dos principais alvos
As investigações realizadas pela PF mostraram que a organização criminosa era especializada na venda e remessa de cocaína em pelo menos três Estados das regiões Norte e Nordeste do Brasil.
Segundo o superintende da PF em Boa Vista, José Maria Fonseca, a cocaína, de origem colombiana, entrava no Brasil pela fronteira com a Venezuela. Ela era preparada para transporte em Roraima e seguia até o Amazonas. De lá, era enviada para o Nordeste, principalmente para o Ceará.
A PF apurou que, de Roraima, a droga seguia até Manaus por via terrestre. De Manaus, através de voos comerciais, a droga chegava a Fortaleza e parte dela seria distribuída em municípios do interior. Algumas vezes para burlar a vigilância, a droga era enviada de balsa até o Pará e depois seguia novamente via terrestre para Fortaleza.
Conforme Fonseca, o principal destinatário da droga em Fortaleza seria o empresário do ramo de vaquejada Junior Evangelista Silva, que já responde a processos, entre eles, por ser acusado de emitir laudos técnicos para a venda ilegal de pedras preciosas. Na tarde de ontem, Evangelista foi escoltado para Boa Vista.

PF ressalta influência de preso na sociedade
O empresário Ivan Evangelista, ao lado de sua noiva mossoroense, a modelo e colunista social Lílian Moura, são figurinhas carimbadas nas principais colunas sociais do Rio Grande do Norte e Ceará.
As últimas notícias referentes aos noivos eram com relação ao badalado casamento, que foi destaque na maioria das colunas sociais dos dois Estados. Em Mossoró, sua referência maior é devido à relação amorosa com a modelo e também colunista social.
O casal pretendia se casar no próximo mês e a lua-de-mel estava prevista para ocorrer em Dubai, nos Emirados Árabes. Em uma breve pesquisa feita pela reportagem do DE FATO no site do Google, foram encontradas várias colunas sociais onde Júnior Evangelista é referenciado. Numa das publicações, ele é chamado de “quase mossoroense”.
A própria Polícia Federal, através de nota enviada à imprensa sobre a prisão do empresário que atua no ramo de vaquejada, faz questão de destacar sua grande influência na alta sociedade do Ceará, assim como no RN. “Júnior Evangelista transitava com desenvoltura entre a alta sociedade cearense”, diz nota da PF.
Porém, ao invés de Dubai, o empresário encontra-se recolhido na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Roraima, onde a maioria dos outros acusados de participação na quadrilha está recolhida. Ele foi conduzido para o presídio logo após o cumprimento de sua prisão.

Fonte: Jornal deFato

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