Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

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Hoje não há mais condições de ele escrever, no entanto, quando o fazia, a repercussão de seus textos era enorme. O estilo era inconfundível, dividindo opiniões até hoje. Quem lia aquelas notas que xingavam pessoas importantes, até mesmo usando vocabulário agressivo, se sentia com a alma lavada, elogiando e prestigiando o autor pela coragem. Por outro lado, muitas pessoas tiveram a reputação levada ao chão imerecidamente, pelo simples motivo de negar um patrocínio para o jornal ou até mesmo pelo fato de contrariar os interesses do proprietário. Na maioria dos casos, as vítimas eram empresários, políticos e concorrentes.

 

Ele também usava o jornal para doutrinar os leitores, levando-os a crer em realidades inexistentes, sobretudo na seara política. O candidato que bem soubesse procurava logo ter amizade com tão temido jornalista, detentor de uma força incapaz de existir nos dias atuais, ante a proliferação de meios de comunicação. Ele criticava ferozmente as freiras do colégio, dizendo que estas eram paradoxalmente anticristãs. Criticava e lutava pela ruína dos comerciantes que davam um “não” aos seus pedidos. Não se sentia constrangido em chamar seus desafetos de homossexuais, cornos, corruptos etc.

 

Esse era Assis Chateaubriand, criador da maior cadeia de imprensa que o Brasil já teve, os Diários Associados, formado por 34 jornais, 36 emissoras de rádio, 18 estações de tevê, uma agência de notícias e duas revistas, uma semanal e outra mensal. Chatô, como ficou conhecido, nasceu em 1892, no interior da Paraíba, e começou a formar seu império de comunicação em 1927.

 

 Morreu no dia 04 de abril de 1968.

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