Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

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suicidio

Deixou a marca dos dentes

Dela no braço

Pra depois mostrar pro delegado

Se acaso ela for se queixar

Da surra que levou

Por causa de um ciúme incontrolado

 

Ele andava tristonho

Guardando um segredo

Chegava e saía

Comer não comia

E só bebia

Cadê a paz

Tanto que deu pra pensar

Que poderia haver outro amor

Na vida do nego

Pra desassossego

E nada mais

 

Seu delegado ouviu e dispensou

Ninguém pode julgar coisas de amor

O povo ficou intrigado com o acontecido

Cada um dando a sua opinião

Ela acendeu muita vela

Pediu proteção

O tempo passou

E ninguém descobriu

Como foi que ele

Se transformou

 

Uma noite

Noite de samba

Noite comum de novela

Ele chegou

Pedindo um copo d’água

Pra tomar um comprimido

Depois cambaleando

Foi pro quarto

E se deitou

Era tarde demais

Quando ela percebeu

Que ele se envenenou

 

Seu delegado ouviu

E mandou anotar

Sabendo que há coisas

Que ele não pode julgar

Só ficou intrigado

Quando ela falou

Que ele tinha mania

De ouvir sem parar

Um samba do Chico

Falando das coisas do dia-a-dia

COMPRIMIDO (Paulinho da Viola)

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