Como leitor, não gosto das notas cifradas escritas por colunistas e jornalistas. Entendo que o espaço que temos deve ser para informar e expressar nossas opiniões de forma clara e objetiva.

Escrever em cifras, a meu ver, mais desinforma do que informa. Muitas vezes a linguagem cifrada é usada para cobranças e ameaças. Este tipo de notinha é uma característica de jornais interioranos e vai de encontro aos anseios do leitor.

Não vemos jornalistas d’O Globo e Folha de S. Paulo, por exemplo, escreverem de forma incompreensível. Muito pelo contrário, são objetivos em seus argumentos, o que lhes garante credibilidade e respeito do leitor.

Ao ler uma nota cifrada o leitor se sente o mais desinformado dos seres, acha que todos, com exceção dele, estão sabendo do que acontece nos intra-muros.

Já critiquei pessoalmente alguns colegas colunistas/jornalistas em razão dessa prática e estes se defenderam dizendo que escrevem notas obscuras quando as informações são sigilosas e ainda não podem ser divulgadas. Tais argumentos são extremamente frágeis, pois de modo algum justificam o uso de espaço em jornal para desinformar e atiçar a curiosidade do leitor.

O mais inaceitável é quando um colunista/jornalista quer atacar alguém e o faz através de linguagem enigmática. Tal conduta é reservada aos mela-cuecas, aqueles que não possuem coragem suficiente para fazer críticas e se escondem atrás de palavras indecifráveis. Ignoro totalmente os medrosos que substituem o nome de seus desafetos por palavras como “pessoas”, “cidadãos”, “elementos” etc. Sejam mais claros, sejam homens.