Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

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Ser colunista social em Mossoró é uma atividade bastante monótona e enfadonha. Sem muitas alternativas, o cotidiano destes seres é de uma incrível pobreza de opções. Pela manhã, vão para o Liberdade Shopping, onde transitam em todas as lojas a fim de pescar um brinde. Raramente compram algo e, quando o fazem, é dividindo em quantas vezes o cartão de crédito autorizar. O almoço é invariavelmente no Maison Buffet, ou, quando convidados, no Moinhos. Frise-se que eles só vão para o Moinhos quando convidados por terceiros, geralmente em lançamentos, pois lá não rola esta do “é dando que se recebe”, o norte supra e absoluto dos colunistas sociais.

 

O que eles fazem entre as 14h e 16h é um grande mistério. Ninguém nunca vê um colunista social neste intervalo de tempo, assim como ninguém vê coruja durante o dia. Às 16h eles começam a aparecer em salões de beleza, livrarias (fingindo-se intelectuais), ateliês e academias de ginástica. Alguns voltam para o Liberdade Shopping, onde novamente dão a “sugesta” para que algum lojista lhes dê uma peça de roupa e ganhe uma notinha na coluna do dia ou da semana seguinte.

 

No finzinho da tarde, depois de pegarem os filhos no CCAA, eles passam no Maison Café, vizinho ao fórum, onde degustam salgados e refrigerantes numa lentidão impressionante, na esperança de que pinte por lá algum juiz ou advogado e diga a tão esperada frase: “moça, eu pago a conta ali”. Já perceberam que depois do Maison Café advogados e juízes passaram a ser figurinhas constantes nas colunas sociais? Tai o segredo.

 

Entre 19h30 e 22h eles dão uma nova sumida, voltando para o mesmo local misterioso em que ficam entre às 14h e 16h. Às 22h eles surgem, já em alguma festa, com carga máxima, trazendo um carregamento de sorriso falso e uma sacola de frases fúteis. Ficam ali pela festa preparando o que farão depois dela. Uns enchem o bucho e vão embora satisfeitos. Outros saem das festas e vão para locais reservados fazerem coisas que até o cão duvida. Vez por outra nos chega relatos de algumas aventuras exóticas deste povo. São presepadas de deixar Ronaldo Fenômeno e Adriano boquiabertos.

 

No sábado à tarde a turma ou vai para o Cândidu’s ou para o Mossoró West Shopping. No domingo, como fora combinado numa das presepadas durante a semana, seguem para uma praia próxima. Na noite deste mesmo dia, ou Pitts Burg ou Xerife’s. Na segunda começa tudo novamente, Liberdade Shopping

 

OBS. Frise-se que há exceções. Nem todos os 75 colunistas sociais de Mossoró agem da forma acima.  

 

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9 respostas

  1. excelente. mas essa raça asquerosa, falsa, comprada, chic na cabeça deles, analfabeta, nao sabem comentar um artigo do jornaleco de colegio… salvam-se, como muitos outros que escrevem em jornal, com o corretor de texto…. mas é uma coisa interessante: eles sobrevivem porque tem uma massa carente de reconhecimento que alimenta suas vidas… blog é pra esclarecer coisas da fauna tambem!

  2. Realmente é uma rotina infrutífera e sem robustez de agregação de valores.Como toda casta de aduladores,precisam de um nicho para defecarem oralmente palavras sem sentidos e elogios baratos.Parabéns tio coloral,como és um profundo estudioso da URUBUZADA SOCIAL,conseguiste juntar em um só estudo vestígios ANTROPOLÒGICOS E ARQUEOLÒGICOS dessa cambada de ruminantes em busca do feno de cada dia.

  3. Tio Corolau, talvez neste local misterioso eles estejam planejando suas festas de aniversário, que funciona mais ou menos assim:`Escolhe um colunista para fazer a lista (que é sempre a mesma) dos amigos (os colunáveis) que ajudar(?) na festa. Eles nem precisam pedir, vão logo buscar. De maneira que conseguem tudo, bebida, comida, musica, decoração … e quem foi premiado com a obrigação de doar, podem comprar um ingresso e lá comparecer para os parabéns, dessa forma podem aparecer em todas as colunas e quem sabe até na TV.

  4. Parabéns, acredito que esse assunto tenha muitos mais pano pra manga. Se olhar um pouco mais, irá percerber outro meio de arrecadação, a indústria publicitária em torno das festas e megas produções, se tornando cansativo a repetição de todos(coluni$ta$) sobre mesmo assunto e evento, promovido pela mesma empresa. É muita falta de assunto!

  5. Como diria os colunistas ou as colunistas “”BÁRBARO””, seu texto fiquei até com vontade de interpreta-lo.

  6. vixe,colocaram as crianças na forca !!!!!!!!!!!!!!!

  7. Excelente artigo. Eles deveriam aproveitar as horas ociosas para estudarem mais, de prefererência a língua portuguesa e sua gramática, pois, assim, quem sabe, comecem a escrever com menos erros de linguagem e com um vocabulário mais enriquecedor, sem tantas frases feitas repletas de clichês.

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