Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

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No último dia 27 de abril de 2009 publicamos neste espaço o post “Conhecendo Dilma Rousseff (parte 01)”, o qual pode ser lido clicando aqui.

 

Segue então a segunda e última parte desta minúscula, mas necessária biografia da mineira Dilma Rousseff:

 

Ao deixar a prisão, no final de 1972, Dilma Rousseff, então com 25 anos, estava dez quilos mais magra e sofria de hipertiroidismo. Atualmente, vem se curando de um câncer linfático. Sua última sessão de quimioterapia foi no final do mês passado.

 

Quando saiu da prisão, Dilma foi visitar familiares em Minas Gerais, morou com uma tia, em São Paulo, e depois seguiu para o Rio Grande do Sul, onde seu segundo marido, Carlos Franklin de Araújo, estava preso. Passou dois anos residindo na casa do sogro e dando assistência ao marido. Em junho de 1974, quando Franklin de Araújo foi solto, o casal passou a morar junto e planejar o retorno à militância política.

 

Dilma Rousseff entrou para um instituto mantido pelo MDB e dirigido por Pedro Simon, onde proferia palestras, escrevia manifestos e promovia debates. A primeira participação direta de Dilma Rousseff em campanhas políticas se deu em 1976, quando ela apoiou a candidatura do emedebista Glênio Peres para vereador de Porto Alegre. Eleito, Peres foi cassado por fazer um discurso denunciando casos de tortura.

 

Após este episódio, Dilma se afasta um pouco da política e passa a se interessar por artes, devorando livros, assistindo a peças teatrais e admirando pinturas. Foi neste período que nasce a filha do casal, Paula Rousseff Araújo. Hoje com 32 anos.

 

O retorno à política foi apoiando a candidatura (vitoriosa) do pedetista Alceu Collares à prefeitura de Porto Alegre, tendo inclusive elaborado seu programa de governo. O mesmo sucesso não teve quando Collares foi candidato a governador do Rio Grande do Sul, perdendo o pleito para Pedro Simon.

 

O primeiro cargo executivo ocupado por Dilma Rousseff foi o de secretária municipal da Fazenda, ainda no governo do pedetista Alceu Collares. Passou pouco tempo no cargo, deixando-o, em 1988, para apoiar a candidatura do marido à prefeitura de Porto Alegre contra o petista Olívio Dutra. A vitória deste foi o marco inicial dos 16 anos em que o PT gaúcho ficou no poder. Dilma foi trabalhar na Câmara Municipal, onde foi exonerada por não cumprir os horários de expediente.

 

Quando Collares chegou ao governo do Estado, em 1990, nomeou Dilma para o cargo de secretária de Energia, Minas e Comunicações, cargo que ocupou até dezembro de 1994. Neste período, seu casamento de 26 anos chega ao fim.

 

A mudança de Dilma Rousseff do PDT para o PT ocorreu durante as prévias das eleições municipais de 2000, quando os partidos, até então aliados, apoiaram candidaturas diferentes. O PDT foi de Alceu Collares e o PT, de Tarso Genro, tendo este vencido a disputa. Brizola, grande líder pedetista, disse que os que mudaram de lado, inclusive Dilma, se venderam por um prato de lentilhas.

 

O primeiro contato com Lula da Silva se deu em 2001, quando participou de uma reunião em São Paulo, onde foram traçadas metas na área de Minas e Energia para apresentar na campanha presidencial de 2002. Na reunião tinha umas 15 pessoas, sobretudo técnicos renomados, mas mesmo assim a secretária de Olívio Dutra conseguiu se sobressair. Lula gravou seu nome.

 

Gravou tanto que, entre todos aqueles experts, nomeou Dilma Rousseff para o cargo de Ministra das Minas e Energia, o que de certa forma foi uma surpresa. Desde que ela assumiu o posto o Brasil nunca mais passou por um “apagão”, fruto de suas ações alicerçadas em profundos conhecimentos técnicos. Quem trabalhou e trabalha com Dilma diz que ela é muito bem preparada tecnicamente, contudo, é muito autoritária e não aceita opiniões contrárias a sua. O deputado Luciano Zica costuma dizer que Dilma Rousseff é a pessoa mais democrática do mundo, desde que se concorde 100% com ela.

 

Em junho de 2005 Dilma Rousseff é nomeada para ministra chefe da Casa Civil, numa decisão solitária do presidente Lula da Silva, depois apoiada pelos grandes caciques petistas. Lula justificou a decisão dizendo que, por não ser petista nata, Dilma transitava por todas as alas do partido, além, é claro, de sua grande capacidade técnica. Por fim, o mais importante, ela não tinha pretensões políticas, o que não atrapalharia a tomada de decisões polêmicas.

 

Justamente por esta falta de interesse no futuro político, Lula surpreendeu a todos, novamente, quando apresentou a ministra como sua candidata a presidente em 2010. “Ela tem capacidade técnica e gerencial incríveis, falta apenas moldá-la para a política”, disse o presidente aos mais próximos.

 

Apesar de a candidatura de Dilma Rousseff já ser evidente, ela diz que nunca tratou diretamente do assunto com o presidente. Está deixando as coisas fluírem. No final do mês começa mais uma etapa do seu tratamento, a radioterapia.

  

OBS. Texto próprio, feito com base em matéria publicada na edição de julho da revista Piauí.

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Uma resposta

  1. Caro Erasmo,
    Meus parabéns por mais um ano de vida,
    aproveitando a oportunidade parabenizo-o tbm pelo execelente blog.
    Abraços!!!

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