Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

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A Atriz Lenilda Souza, da Companhia Escarcéu de Teatro, envia comentário ao blog onde explica como funciona os investimentos na cultura feitos pela administração municipal: Veja:

No ano passado quando se popularizou este assunto da crise econômica nos quatros cantos do mundo. Em todas as rodas de conversas que tinham artististas e pensadores já se discutiam sobre a crise do Neoliberalismo e se buscavam alternativas.

Infelizmente tenho que reconher que a classe de atores e atrizes Mossoroense ignorava qualquer possibilidade de perderem os espaços conquistados. Não foi nem uma jogada de mestre e nem chega a ser uma estratégia maquiavélica o fato de fomentarem, a desarticulação da Classe artística de Mossoró, de pagarem salários diferenciados para alguns poucos merecidos, das centralizações nas atividades, dos mimos para umas pessoas indiferenças com outros. Tudo isso, são estratégias naturais comum para se ter o controle total e poder tomar as atitudes como bem quisessem e entendessem. Pois bem foi justamente o que aconteceu nem um diálogo com a classe artística a respeito do cancelamento do espetáculo “Auto da liberdade”.

Todas as tentativas de organização da Classe que eu participei me frustraram. Tentamos fundar um sindicato os teatreiros receberam orientação que não era uma boa idéia, tentamos um Fórum também surgiram tantas dificuldades que resolvi sair da organização, a conferência de cultura teve uma representação razoável. Ou seja, enquanto o sapato apertava no calo do meu colega, mas não apertava no meu era melhor manter a distância daquela gente que fala de mais, que lê muito e em tudo se mete… Essa história de política cultural isso é bobagem! A gora minha nêga e meu nêgo o sapato parece que apertou geral.

A grande lição que podemos tirar desta situação é que uma ““ andorinha só não faz verão ““. É fácil quebrar uma vara, mas um feixe é impossível. Nada adiante ser satélite para o Astro rei, bom mesmo é fazer nossa arte com dignidade e companheirismo e nos empoderarmos para ter poder de negociação. Talento tem em toda esquina artistas politizados é uma construção que parte do individual para o coletivo, e se reportamos ao inicio da implantação do Auto Liberdade vamos lembrar que opinávamos em tudo no salário, na direção, no texto. A participação era bem mais efetiva.

NOTA DO TIO COLORAU: O depoimento da atriz é esclarecedor, mostrando como a administração municipal trata nossos artistas, valorizando-os não pelo talento, mas pela submissão. Pobre Mossoró!

 

 

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Uma resposta

  1. Oi Lenilda ,

    ai vai o texto que escrevi. peço que vc jogue ai no grupo do FAM e outros espaços ache interessante, antes de uma olha veja se tá legal.

    bj.

    Noticias a cerca da cultura local – “Auto da Liberdade edição 2009 não se realizará”.

    Viviana Mesquita[1]

    Talvez a mais nefasta notícia a cerca da cultura local, após a grande evidência nacional que foi dada a cidade de Mossoró (pânico na TV) na realização do recente evento da cidade intitulado; Mossoró Cidade Junina.
    Não toquemos mais nesse assunto, alias assunto polêmico que deveríamos ter tratado com mais ênfase, refletindo o tipo e o nível de cultura que desejamos ter, o tipo de humor-artistico, e principalmente que tipo de arte o dinheiro público deve financiar. Mais como no Brasil são tantas as questões polêmicas envolvendo recursos públicos sem resolução concreta e retorno ético para a sociedade, que por força das circunstancias acabam evidenciando-se outras tantas questões polêmicas que não cessam e não se resolvem em curto prazo e em alguns casos nem em longo prazo.
    Dessa forma passemos então a próxima questão polêmica. Inicio dizendo que penso os recursos públicos voltados à arte na cidade de Mossoró tem sido gerenciados de maneira pouco esclarecida. A arte nessa cidade parece justificar muitas coisas e muitos recursos.
    A notícia da não realização da edição 2009 do Auto da Liberdade em primeira hora nos remete a pensar de como o evento, o maior evento cênico a ser realizado a céu aberto em todo nordeste, simplesmente não tem mais recurso. E pra onde foi o dinheiro? Onde foi parar os recursos orçados? Perguntas que nos remete no mínimo a uma prestação de contas, que certamente iniciará com a palavra Crise Mundial, crise financeira, crise, crise, crise…
    Como afirmei anteriormente e como bem disse uma amiga, a arte historicamente tem justificado muitos erros e/ou muitos acertos mais no final acaba sendo sacrificada. A fomentação da arte e dos eventos culturais que ilustram a terra da liberdade, na capital da cultura do estado do Rio Grande do Norte, tem movimentado uns bons bocados de recursos financeiros nos últimos anos, mais, no entanto não foi suficiente para poupá-la do sacrifício do corte, afinal de contas alguma coisa tinha que cair.
    No fundo toda essa questão só vem confirmar de como a arte para este município, não é prioridade, nem muito menos levada a sério. A arte aqui parece mais um jeito bom e confortável de resolver situações pendentes e/ou distorcidas e pouco claras a cerca do orçamento geral do município.
    No campo da política cultural, da gestão democrática e cidadã dos recursos públicos, existe um Conselho municipal de cultura, com formação do poder público e sociedade civil. Conselho esse pouco informado sobre os recursos destinados a arte e cultura local, conselho esse que tem discutido o funcionamento da Lei Municipal de Cultura e tentado com bastante veemência implemanta-la, mais que também tem ficado fora das discussões e definições que se refere aos recursos destinados à fomentação da arte e da cultua no município. Talvez esteja faltando um entendimento que deve ser uníssono a cerca do papel do conselho de cultura dentro da gestão publica municipal. Como conselheira sei que esse não tem sido um debate feito internamente, mais necessita urgentemente ser pauta do próprio conselho de cultura, bem como das articulações e mobilizações artísticas da cidade para citar o FAM – Fórum dos Artistas
    Mossoroenses.
    Por fim, penso que o não acontecimento do evento cultural Auto da Liberdade, deva servir para pensarmos não somente como anda e para onde anda o orçamento público da arte e da cultura do município, mais fundamentalmente sirva para podermos refletir a cerca da qualidade da arte e principalmente a cerca da política cultual que queremos desenvolver e consumir, que mudanças a arte e a cultura são capazes de provocar numa sociedade capitalista e violenta. Para não terminarmos essa leitura de maneira triste, até porque logo, logo surgirá outra questão polêmica e talvez nem precisemos nos deter tanto a essa cito um trecho de uma música conhecida por alguns “Então é festa….brindamos, bebamos, cantamos… é festa…ninguém vai poder nossa voz calar”.

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    [1]Atriz, Especialista em Ensino de Teatro e Conselheira Municipal de Cultura.

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