Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

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GRANDES SELEÇÕES, GRANDES DERROTAS – Nas últimas semanas tenho me debruçado sobre o assunto Copa do Mundo, disparado o meu preferido quando o tema é futebol. Assistindo a série “Grandes Clássicos dos Mundiais” na ESPN e os filmes da copa no Sportv, tenho feito uma viagem ao túnel do tempo para épocas em que não vivi.

Tenho visto que grandes seleções ficaram pelo caminho e que times limitados chegaram ao título. No futebol como na vida tudo é relativo. Depende da interpretação que cada um tem sobre um assunto. Por isso, com base em leituras sobre futebol, sobretudo nas edições da revista Placar que colecionei em grande parte da vida fiz uma seleção das maiores decepções em copas do mundo. Uso a palavra “decepção” porque a limitação em meu vocabulário impediu que eu encontrasse outra palavra para tratar do assunto tendo em vista que quem perdeu foi o futebol com algumas derrotas de selecionados incríveis.

 O primeiro time a encantar e perder uma copa foi a Áustria de 1934. A equipe ficou conhecida como “Wunderteam” (o time maravilhoso). Chegou a Itália como favorita e jogando um futebol empolgante derrotou as fortíssimas seleções da França (3×2) e da Hungria (2×1) até ser eliminada ao perder por 1×0 nas semifinais para a dona da casa, Itália, sob os olhares do “Il Duce” Benito Mussolini. Os austríacos comandados por Matthias Sindelar terminaram em 4° lugar.

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Outra seleção conhecida pelo futebol maravilhoso que terminou derrotada foi o Brasil de 1950. Um ano antes, o time do craque Zizinho (ídolo de Pelé) venceu a Copa América como uma campanha recheada de goleadas com direito a um 5×1 sobre o Uruguai que seria o algoz no ano seguinte. Jogando a Copa do Mundo em casa, o Brasil chegou a partida decisiva contra dos uruguaios após humilhar Suécia e Espanha (7×1 e 6×1) e jogando pelo empate (o regulamento naquele ano previu pela única vez na história das copas um quadrangular para decidir o título), mas uma virada comandada por Obdulio Varela impôs a maior derrota do futebol brasileiro e o maior triunfo dos uruguaios, o “Maracanazzo”.

Quatro anos depois, a seleção da Hungria comandada pelo “Major Galopante” Ferenc Puskás impôs uma média de gols impressionante, superior a 5 gols por partida, a maior de uma seleção em um único mundial.. Nos dois primeiros jogos, sempre abrindo a contagem antes dos 10 primeiros minutos, os húngaros aplicaram 9×0 na Coréia do Sul e 8×3 na Alemanha Ocidental. No mata-mata foram duas vitórias por 4×2 sobre o campeão e vice do mundial anterior, Uruguai e Brasil. Na final, após fazer 2×0 em nove minutos a Alemanha de Fritz Walter virou por 3×2 e impôs uma derrota a uma seleção que em cinco jogos fez 27 gols. O fato ficou conhecido como o “milagre de Berna” e se tornou um filme (que nunca encontrei em locadora ou em site para download).

Em 1966, o time de Portugal comandado pelos craques Eusébio e Coluna encantou o mundo, mas esbarrou nos donos da casa nas semifinais perdendo por 2×1.

Em 1974, a Holanda de Johan Cruyff fez aquela que é considerada a última grande revolução tática da história do esporte bretão. Com o sistema de jogo classificado como “futebol total” no qual os jogadores se revezavam nas posições como forma de confundir o adversário. Esse time espetacular ficou conhecido como o “Carrossel Holandês”, mas foi derrotada pela Alemanha na final por 2×1.

A seleção brasileira de 1982 foi o último grande esquadrão a deixar um mundial sem a taça. O time comandado por Telê Santana reuniu craques como Zico, Sócrates, Falcão e Toninho Cerezo, mas perdeu para a Itália de Paolo Rossi por 3×2.

O detalhe nesse levantamento é que as grandes seleções que não chegaram a final foram eliminadas pela equipe que viria a ser campeã na seqüência.

Assisto Copa do Mundo desde 1990 e não lembro de uma seleção que merecesse vencer o mundial como essas que citei. No mundial da Itália, Camarões deu show, mas não era um esquadrão. Em 1994, Romênia, Suécia e Bulgária até empolgaram, mas não eram times para levar a Taça Fifa. O mesmo aconteceu com a Nigéria e a Croácia em 1998, Senegal em 2002 e a Alemanha em 2006.

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5 respostas

  1. TALVEZ SERIA ISSO A EXPLICAÇÃO DO FÁCINIO E DA PAIXÃO QUE DESPERTA O FUTEBOL. a NÃO LÓGICA DO RESULTADO, APESAR QUE O FAVORITO SEMPRE TEM CHEGADO AO TÍTULO, MAS ESSAS “DECEPÇÕES” DÃO O CHARME E O ENCANTAMENTO AO ESPORTE DOS ESPORTES.

  2. DOIS PÊNALTES – É, Bruno, tanto em 1950 quanto em 1982 houve pênalte não marcado para o Brasil, e, convertido em gol, sabemos teria alterado o resultado do certame. Quanto à Copa de 82, que o amigo não assistiu, digo que a marcação por zona que o time supremo fazia era algo absolutamente impossível de copiar, mesmo para a Holanda de 74 – esse o primeiro time que eu mesmo vi jogar (Copa do Mundo). Mas alteração por alteração, a de 1962 também foi barbeirada da arbitragem, né?

  3. Sempre que converso com os mais velhos eles me dizem que o Brasil perdeu a copa de 82 por culpa de Telê Santana. Ele tinha Roberto Dinamite, mas foi na onda da imprensa paulista e insistiu no grosso do Serginho Chulapa (não estava a altura do time) e manteve no gol Valdir Perez tendo Leão, que sequer foi convocado. Acho que os mais velhos estão certos pq a história mostra que Leão era muito superior a Valdir e não há palavras para comparar Serginho com Roberto…

  4. O Melhor goleiro do ano de 1982 em atividade era Paulo Sérgio do Botafogo, mas Waldir Perez vinha bem, não foi esse o real motivo da derrota prá seleção Italiana que cresceu no momento certo, quanto ao penalti em Zico houve sim, como não aconteceu o impedimento de Antognioni no gol anulado, na realidade foi uma bela copa, onde a França jogou muito e ficou pelo caminho, teria sido uma bela final Brasil X França, ótima copa.

  5. ABRAHAM KLEIN – Foi esse o elemento que nos fez perder a Copa da Espanha (1982). Na minha opinião, obviamente.

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