Na semana passada, um episódio envolvendo o executivo municipal e quatro vereadores até então governistas, mostrou explicitamente como funcionam as relações entre os pod(r)eres. Inicialmente, a prefeitura exonerou de seus quadros servidores ligados ao vereador Ricardo de Dodoca (PDT). Revoltado, o edil anunciou que deixaria a base de apoio. Outros três colegas resolveram seguir os passos de Ricardo: Zé Peixeiro (PMDB), Daniel Gomes (PMDB) e Silveira Júnior (PMN).
O grupo, que passou a ser chamado de G4, convocou até uma coletiva para explicitar os motivos da declaração de independência em relação ao executivo. Por mais que isso machuque as pessoas sérias, o motivo da independência não foi ideológico. Os edis não questionaram a situação das escolas municipais (algumas desabando), a falta de médicos nos postos de saúde, a falta de uma UTI pediátrica, a total falta de transparência na gestão dos recursos públicos e nem a contratação a farta de cargos comissionados. Os vereadores disseram que havia desentendimento entre o executivo e o legislativo em relação à votação do Orçamento Geral do Município para 2011 e em relação à eleição para a Mesa Diretora da Casa.
A natureza desse desentendimento ainda é nebulosa, havendo versões para todos os gostos. O fato deprimente que se extrai, no entanto, é que nossos representantes não votam visando o interesse de quem os elegeu, mas sim o interesse de seus bolsos. É claro que você pensará: “mas todo mundo sabe disso”. É, eu também sei, mas nunca o assunto tinha vindo a público de forma tão explícita. Descobriu-se, por exemplo, que os vereadores governistas apóiam cegamente os projetos da prefeitura porque indicam vários cargos comissionados.
Eles não estão lá para defender os interesses do povo, mas os interesses do bolso. O mais triste é saber que assim continuará por muitos e muitos anos.
Uma resposta
Tio, o texro O ÓDIO CONTRA OS POBRES
é fundamental para o entendimento da questão politica brasileira atual. Não porque faz defesa do governo do PT, mas porque mostra nuances que acontecem nas entrelinhas e não é percebido pela população, em especial a que é influenciada pela grande mídia que manipula os fatos a seu bel prazer.