Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

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GOLPE NAS OLIGARQUIAS – O fim das coligações nas disputas proporcionais foi um duro golpe nas oligarquias. Pelas regras anteriores, um cacique político poderia formar um arco de alianças em torno de seu nome, juntando vários partidos políticos. Todos aqueles candidatos serviam de esteira para eleger os próprios caciques e os seus preferidos, tudo era arquitetado neste sentido.

Pelas regras atuais, onde os partidos não podem se coligar, a situação do cacique ficou mais difícil, pois ele só tem domínio sobre um partido. Caso as regras anteriores ainda estivessem em voga, o grupo da prefeita Rosalba Cialini (PP) teria alcançado bem mais vagas na Câmara Municipal, a partir de uma coligação que teria os candidatos do PP como preferidos do rei.

Sem coligações, o que vemos é uma Câmara Municipal pulverizada, com vários eleitos relativamente independentes, que ganharam com o próprio trabalho, sem depender da ajuda dos caciques e, portanto, sem lhes dever nada. Isso é bom!

Taí, uma mudança na legislação que me agradou.

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REFORMA ELEITORAL – Para ficar bom de vez só faltam eleições gerais a cada cinco anos, sem reeleição, sem vices e que a regra da suplência para senadores seja a mesma utilizada para os deputados.

Antes, eu era defensor do voto distrital, mas um artigo do ex-deputado federal Ney Lopes na Tribuna do Norte me fez mudar de ideia. Esta modalidade favorece a compra de votos, por forçar uma aproximação maior entre o candidato e o eleitor. Como defendeu o ex-deputado, qualquer mudança na legislação eleitoral só será positiva se fortalecer o partido, não o candidato.

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ROSALBA, ÚLTIMOS DIAS – A prefeita Rosalba Ciarlini (PP) começará na próxima semana uma série de inaugurações, que só terminará nos últimos dias de sua gestão, ao menos é isso que sua assessoria divulgou. Estou ansioso para ver que inaugurações serão essas.

De todo modo, a prefeita deixará a administração de cabeça erguida, não se rendeu a baixaria e picuinhas, como muitos perdedores fazem. Com isso, ela segue viva no tabuleiro político. 2022 está bem aí.

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CORTE SALARIAL – Os trabalhadores do Departamento Estadual de Imprensa (DEI), responsáveis pela publicação do Diário Oficial do Estado, não estão nada satisfeitos com o Ministério Público de Contas. O órgão está cobrando do governo do Estado que corte dos vencimentos deles uma gratificação de R$ 600,00, que eles já recebem há quase 10 anos.

O SINAI, sindicato que defende a categoria, publicou uma Nota à População criticando ferozmente a iniciativa, inclusive dizendo que o Ministério Público de Contas deveria era cortar seus próprios privilégios, como auxílio alimentação de R$ 1 mil para os procuradores que ganham acima de R$ 35 mil.

Não concordo com a parte onde eles tratam dos vencimentos e auxílios dos procuradores, até porque se trata de algo acobertado pela legislação, mas me solidarizo com os trabalhadores do DEI. Não sei maiores detalhes, mas cortar uma gratificação que já existe há 10 anos, a qual os trabalhadores já incorporaram ao orçamento familiar, não é bacana.

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PRESIDÊNCIA DA CÂMARA – Leio no blog Diário Político, assinado pelo jornalista Vonúvio Praxedes, que o vereador eleito Lawrence Amorim (SDD) já tem 13 votos certos na eleição para a presidência da Câmara Municipal, dos 12 necessários.

A sorte do vereador é que as outras duas candidaturas anunciadas, a de Carmem Júlia (MDB) e a de Larissa Rosado (PSDB) são inconciliáveis entre si, não havendo qualquer possibilidade de uma apoiar a outra.

O risco que Lawrence corre é se uma dessas duas candidaturas não vingar e então um grupo ser formado em torno da remanescente. Neste caso, o caldo pode engrossar.

Lawrence Amorim, contudo, vem sendo quase consenso quando se fala em futuro presidente da Câmara Municipal. É a aposta de quase todos que escuto, sobretudo por ele reunir os atributos necessários ao cargo.

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VICIADOS – Nos Estados Unidos, 4,03% dos homens são viciados em drogas ilícitas, é a maior percentagem do mundo, seguida de perto pela Líbia, onde 4% dos homens são viciados.

O Brasil ocupa a 39ª posição no ranking, com 1,35% dos homens viciados e 0,78% das mulheres. Em termos percentuais parece pouco, mas em números reais isso equivale a aproximadamente 4,5 milhões de brasileiros viciados em drogas ilícitas. É bem mais gente do que toda a população do Rio Grande do Norte, que é de 3,5 milhões de pessoas.

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EXPERIÊNCIA – Até os 18 anos, Aurélia Camargo viveu na extrema pobreza, mas aos 19 foi agraciada com uma bela herança deixada por um avô, daí em diante passou a viver na extrema riqueza.

Certo dia, ao conversar com seu tutor, um senhor bem mais velho, ela disse que tinha mais experiência de vida do que ele, apesar de ser bem mais nova. Argumentou que sabia como era a vida na extrema pobreza e na extrema riqueza, diferentemente do tutor, que nunca foi nem rico e nem pobre.

Errada, Aurélia não está!

O fato se passa no livro Senhora, de José de Alencar.

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COCAÍNA – Já cansamos de ver cenas de filmes, séries e novelas onde atores aparecem cheirando cocaína. Como sabemos que não se trata de cocaína de verdade (acredito que não), sempre nos perguntamos que substância é aquela.

Bem, nas primeiras produções utilizavam leite em pó, bicabornato de sódio ou farinha de trigo. Mais recentemente passaram a utilizar Vitamina B em pó ou soro fisiológico em pó. De todo modo, inalar qualquer uma dessas substâncias não é nada legal, por isso muitos atores não gostam de fazer cenas cheirando “cocaína”. Sempre é algo desagradável.

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“DANÇAR AO NEGRO TOQUE DO AGOGÔ” – Os ingressos para o Verão das Antigas, que desta vez terá como atração o cantor baiano Netinho, já podem ser adquiridos através do link outgo.com.br/veraodasantigas. O evento, que todo ano reúne um sem-número de pessoas boas na cidade-praia de Tibau (RN), será realizado no dia 08 de janeiro de 2021, uma sexta-feira, 21h. Cuide!

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50 ANOS – No dia 27 de novembro de 1970 o ex-beatle George Harrison lançava seu primeiro disco solo, o All Things Must Pass, um álbum triplo com 28 faixas. Muitas dessas músicas ele tentou incluir num dos discos dos Beatles, mas a dupla Lennon/McCartney não consentiu. Vale à pena ouvir e analisar se realmente caberia algumas das músicas no repertório dos Beatles. Particularmente penso que sim.

No caso de John Lennon, seu primeiro trabalho solo foi Plastic Ono Band; e Paul McCartney, Band on the Run. Que tal ouvirmos todos hoje e compará-los?

Eu os ouvi, o de Harrison é o melhor. Claro que Lennon e McCartney arrebentaram nos discos seguintes.

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ATÉ BREVE Esta coluna deixará de ser publicada, ao menos temporariamente. Seguirei com a Pei e Bufo, de segunda à sexta, pontualmente às 16h59. Quando eu precisar me alongar mais em relação a um assunto, publicarei um post exclusivo para tal.

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Uma resposta

  1. A dependência química é um problema de saúde pública aqui no Brasil e no mundo, mas parece não ter visibilidade. Em relação à literatura, as personagens femininas sempre dando show. Vemos essas personagens também nos romances da primeira fase de Machado de Assis (Ressurreição, A mão e a a luva, Helena, Iaiá Garcia). E por último, uma maravilhosa dica de música, porque creio que todos os integrantes foram ótimos. Amo as músicas Something (Beatles) e Tomorrow (Paul McCartney). Muito bom!

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