* I – No melhor estilo Jarbas Passarinho, a Câmara dos Deputados mandou os escrúpulos às favas e aprovou a PEC da Blindagem por 344 a 133. Pelas novas regras, os parlamentares se tornam seres diferenciados, livres para cometerem crimes.
* II – A proposta ressuscita a blindagem que foi prevista na Constituição Federal de 1988, mas deixou de valer em 2001. No período de vigência foram feitos 254 pedidos de abertura de processo contra parlamentares, e apenas um foi aprovado.
* III – Vale voltar aos anos 90 e lembrar que a Câmara não aceitou que o ex-deputado federal Hildebrando Pascoal (AC) fosse processado, mesmo tendo provas de que o então parlamentar era um assassino cruel, que matava adversários com uma motosserra.
* IV – Caso haja mesmo este retrocesso, o parlamentar poderá praticar crimes de corrupção, dirigir embriagado, espancar a mulher, bater no filho do vizinho, promover orgias na área de lazer do condomínio, traficar drogas, tudo. A lei não irá atingi-los.
* Oito deputados federais do PT votaram para retomar o voto secreto na PEC da Blindagem, que tinha sido derrubado no dia anterior. Sem esses votos a medida não teria sido aprovada. Urge que o partido chame-os para uma conversinha.
* I – Sabe aquela tese do escritor Ariano Suassuna sobre fugir dos exageros no uso das palavras? Cabe bem com “fobia”, que vem sido usada de forma frequente como sinônimo de medo. Não é. A fobia caracteriza-se pelo medo irracional, desmedido, injustificado.
* II – A pessoa diz que tem fobia a lugares fechados, mas não deixa de usar elevador; tem fobia a avião, mas não vai de ônibus para São Paulo. Ela tem medo, mas não fobia, situação em que a pessoa realmente deixa de fazer algo em razão desta condição.
* O filósofo contemporâneo John Armstrong, autor do livro Arte como Terapia, defende que toda arte tem uma função, seja reflexiva, emocional, política, religiosa etc. Ele rebate o conceito da “arte pela arte”, estabelecido no século 19 por nomes como Gautier e Baudelaire.
* O Filme “O Agente Secreto” foi o indicado pela Academia Brasileira de Cinema para concorrer ao Oscar 2026. Assim como “Ainda Estou Aqui”, também se passa no período da Ditadura Militar. Com Wagner Moura no papel principal, estreia dia 6 de novembro nos cinemas.
* Os nomes das notas musicais foram criados por um monge italiano chamado Guido de Arezzo, no fim do Século X. Ele se baseou num hino em louvor a São João Batista. A nota “si”, inclusive, foi inspirada no próprio nome do santo, Sancte Iohannes.