Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

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Por 11 x 10, a vereadora reeleita Izabel Montenegro (PMDB) foi eleita presidente da Câmara Municipal de Mossoró, derrotando o também vereador reeleito Alex do Frango (PMB).
A disputa teve ares de série americana, com muitas conversas de bastidores, compromissos não cumpridos, falta de palavra etc. O clima se tornou frenético nas horas que antecederam a votação, inclusive com proposta de mudança de candidato. O grupo de Alex do Frango ofereceu a cabeça da chapa ao vereador eleito João Gentil (PV), o qual declinou do convite.
Pesa a favor de Izabel Montenegro o fato de ela ser experiente e ter pulso firme; contra, pesa o seu temperamento, caracterizado pelo pavio curto.
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Não menos emocionante foi a disputa para a presidência da Câmara Municipal de Governador Dix-sept Rosado. Dos NOVE vereadores, a oposição tinha cinco, o que permitiria a vitória do vereador reeleito Vandinho Carlos, que colocou seu nome à disputa. De última hora, contudo, o vereador Davi Marcolino mudou de lado, o que garantiu a vitória da vereadora Simara Dantas (PHS), por 5 x 4.
O curioso é que, nas apostas, ninguém acreditava que Davi Marcolino fosse o vereador a mudar de lado, isso por causa da fidelidade que ele aparentava ter ao grupo do ex-prefeito Adail Vale. Inclusive, foi o candidato preferencial do casal Adail Vale e Zileide Vale.
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A prefeita eleita de Mossoró, Rosalba Ciarlini (PP), nomeou QUATRO parentes para o primeiro escalão: dois filhos, um primo e uma sobrinha-afim. Vai assim na contramão da história. A impressão é que Mossoró regrediu uns 30 anos, com a prefeitura servindo de cabide de emprego para familiares fora do mercado de trabalho, uma prática que, de forma geral, vem sendo evitada Brasil a fora.
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O Judiciário estadual entra na última semana de recesso. Os magistrados e servidores voltam ao batente na próxima segunda-feira. Enquanto isso funciona um plantão para casos urgentes.
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Soube que um prefeito de uma cidade de médio porte do Ceará fez de tudo para pagar os contratos em detrimento do funcionalismo. O juiz da cidade, percebendo que havia algo estranho no ar, bloqueou as contas do município, garantindo o recebimento dos vencimentos por parte dos servidores. Como não nascemos ontem, a gente sabe por que o prefeito queria quitar os contratos com os fornecedores.

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2 respostas

  1. E o secretariado em Governador caro Erasmo?Foi divulgado não?

  2. Caro Tio colorau, não obstante a manifesta “saga” dos negócios eventualmente emprendidos pelos probos e incorruptíveis edis mossoroenses na nova e aúrea governança da ROSA ROSADUS, áquela só ela sabe fazer…Maquiando e maqueteando as grandes construções legadas ao povo potiguar e em especial ao povão do país de mossoró, peça vênica para transcrver lúcidos artigos do jornalista leonardo Sakamoto acerca dos tristes e lamentáveis acontecimentos ocorridos na capital manauara, vejamos:

    “Não tinha nenhum santo”: Ou como o governador do AM minimizou um massacre

    Leonardo Sakamoto
    04/01/2017 21:02
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    ”Não tinha nenhum santo.”

    A declaração foi dada pelo governador do Amazonas, José Melo, ao comentar sobre o massacre dos 56 mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, na rádio CBN.

    Apesar de ter passado por batismo, comunhão e crisma, na Igreja Católica, e estudado nove anos em escola adventista, confesso não ser mais uma pessoa de fé. Por isso, tenho uma certa dificuldade em entender o que faz com que homens pecadores transformem outros homens e mulheres pecadores em santos e santas.

    Fico, portanto, com a oração mais-que-sincera de um Agostinho jovem, antes de virar Santo, que gostava dos prazeres da carne: ”Senhor, conceda-me castidade e continência. Mas não ainda”.

    Leia também:
    Massacre de Manaus: Os presos acenderam o pavio, mas o país armou a bomba

    Até porque, antes de ser escolhido como santo, muita gente fez merda na vida. São Longuinho acompanhou a crucifixão de Jesus Cristo e foi responsável por perfurar, com uma lança, o seu abdome para verificar sua morte. Sebastião caçava e prendia cristãos. Camilo de Lellis era um mercenário que gastava tudo no jogo. Olga de Kiev vingou a morte de seu marido assassinando uma penca de gente e queimando cidades.

    O melhor caso é o de São Dimas, conhecido como ”o bom ladrão”, que foi crucificado ao lado de Jesus Cristo. Disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso (Evangelho de Lucas 23:42-43).

    Essas histórias mostram um dos pilares do cristianismo (da filosofia por trás da religião e não das atividades caça-níqueis desenvolvidas por alguns empreendimentos econômicos que se autointitulam como igrejas): acreditar que alguém que se arrepende genuinamente dos males que cometeu pode, não apenas, começar de novo, mas ser um exemplo e mudar o mundo.

    Não sou um homem de fé, como disse. Não fui eu, contudo, quem trouxe os santos para minimizar o Massacre de Manaus, mas o governador do Estado do Amazonas. ”Eram estupradores, eram pessoas que eram matadores que estavam lá dentro do sistema penitenciário”, disse ele.

    A lei brasileira, pelo menos em tese, não adota a pena de morte. E acredita na possibilidade que criminosos compreendam o dano que causaram ao seu semelhante, não cometam o mesmo erro e voltem a ser produtivos para a sociedade. Para isso, prevê, também em tese, medidas de ressocialização, que incluiria formação individual, acompanhamento psicológico e a chance de conseguir um emprego decente ao retornarem ao convívio social.

    Na prática, as cadeias são escolas de delitos, depósitos de gente e escritórios do crime organizado.

    Usar, portanto, aquela frase para esta situação é um tanto quanto estranho. Parece que o governador não entende nada da religião que ele mesmo parece abraçar ao usar esses seres sobrenaturais em seu discurso.

    ”Não tinha nenhum santo.”

    Mas como o Brasil desistiu de garantir o direito à vida para a população encarcerada, será que é possível ter certeza?

    É por essas que não acredito na existência de um céu. Mas não tenho dúvidas de que há muita gente querendo que a vida dos outros seja um inferno.

    Massacre de Manaus: Os presos acenderam o pavio, mas o país armou a bomba

    Leonardo Sakamoto
    03/01/2017 19:56
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    O massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, no Amazonas, choca. Mas não deveria.

    Não, não estou defendendo o discurso idiotizante do ”bandido bom é bandido morto”.

    Mas lembrando que o sistema prisional brasileiro é uma bomba armada que, só por um milagre, não explode.

    Apenas solta faíscas, como os 111 mortos no Carandiru, os decapitados de Pedrinhas, os 56 do Anísio Jobim.

    Se explodisse mesmo, o sentimento de proteção entregue por muros altos, cercas eletrificadas, circuitos fechados de TV e seguranças particulares, de repente, pareceria o que realmente é: uma ficção do autoengano.

    O Estado, que se gaba de controlar moleque armado com Pinho Sol em manifestação, não é capaz de acabar com facções criminosas ou milícias de policiais, que surgem de mutações do próprio Estado.

    Até porque isso passaria por mudanças estruturais no sistema prisional e na Justiça, mas também pela descriminalização de drogas como a maconha – responsável pelo encarceramento de muita gente. Que entra como vendedor iniciante de droga e sai como doutor em crimes contra a vida.

    Toda a expansão de mercado é conflituosa. Se a concorrência é agressiva e chega a tal ponto que a convivência pacífica torna-se insustentável, pode-se apelar à Justiça, que decidirá quem tem razão. Mas o que fazer quando se vive em um sistema ilegal, condenado pela própria Justiça?

    A solução é ter o maior poder bélico possível para fazer valer o seu ponto de vista sobre as demais facções, sobre a polícia, sobre os moradores de determinada comunidade. É necessário controlar um território. Quanto mais território um grupo possui, mais pontos de venda terá.

    Cadeias não são locais de ressocialização, mas amontoados de seres humanos em espaços superlotados e sem condições de vida cujo objetivo é aumentar o ódio dos que ali estão contra o restante da sociedade, multiplicando assim a criminalidade. E, é claro, cadeias são locais de disputa pelo controle de territórios e do comando desses territórios.

    A política de segurança pública é simples: seja em um presídio sob responsabilidade do poder público ou em uma empresa terceirizada, quem manda mesmo são as facções criminosas que lá dentro estão representadas.

    Desde que as notícias sobre o massacre no presídio em Manaus começaram a correr a rede, nesta segunda (2), muitas pessoas tiveram orgasmos múltiplos. Festejaram quando souberam que corpos de condenados haviam sido despedaçados e cabeças arrancadas. Entraram em transe diante do sangue em profusão.

    Não importa se as mortes são pelas mãos de outros bandidos, do próprio Estado, de milícias de policiais ou da própria população, reunida em forma de turbas ensandecidas. O que importa é que morram.

    Não é de estranhar, portanto, que boa parte da sociedade que grita que “bandido bom é bandido morto” também esteja entre os 9 em cada 10 que concordam com a redução da maioridade penal para os 16 anos. Morram desde cedo, aliás.

    Boa parte da população, apavorada pelo discurso do medo, mais do que pela violência em si, tem adotado a triste opção de ver o Estado de direito com nojo. Chega de julgamentos longos e com chances dos canalhas se safarem ou de ”alimentar bandido” em presídios.

    Execute-os com um tiro, de preferência na nuca para não gastar muita bala, ou entreguem facas e deixem que eles se matem por conta própria.

    O que anos de políticos imbecis, apresentadores de TV safados e estruturas que pregam a violência como nosso cimento social (como certas famílias, certas igrejas, certas escolas e certos veículos de comunicação) têm pavimentado dificilmente será desconstruído do dia para a noite.

    Mas, como aqui já disse, devemos perseverar.

    Ao criticar execuções de pessoas que estão sob a tutela do Estado, não defendemos ”bandido”, mas sim o pacto que os membros da sociedade fizeram entre si para poderem conviver (minimamente) em harmonia.

    Se você é incapaz de sentir empatia pelo semelhante, sugestão: defenda soluções que passem pela garantia da dignidade de todos os envolvidos. Por você mesmo e por sua família.

    Porque, na hora em que a bomba explodir de verdade, não haverá lugar para se esconder.

    Boa leitura e Reflexão…!!!
    Um Baraço!

    FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
    OAB/RN. 7318

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