IMPEACHMENT MOVIE – Estreou ontem no MultiCine Cinemas do Partage Shopping o filme O Processo, um documentário que traz cenas de bastidores e imagens do que ocorreu nas ruas e no Congresso Nacional durante o período em que tramitou o processo que culminou com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Pelas críticas que li o documentário não tem lado, apenas mostra os fatos como eles aconteceram. O filme é exibido num único horário, 21h.
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APENAS CORDIALIDADE – Durante a 10ª edição do Pingo da Mei Dia, a senadora Fátima Bezerra (PT) posou para fotos ao lado da prefeita Rosalba Ciarlini (PP). A foto logo se espalhou nas redes sociais, especialmente em grupos de WhatsApp. Seria um sinal de alinhamento para as eleições que se avizinham? Não, não foi.
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Todos os anos a senadora Fátima Bezerra prestigia o evento, considerado o maior de Mossoró, e todas as vezes visita o camarote institucional da prefeitura, independentemente do ocupante da vez do Palácio da Resistência. Quem procurar vai encontrar fotos dela com Fafá Rosado, Cláudia Regina e Silveira Jr. Trata-se de uma visita cordial de uma senadora a uma prefeita, somente.
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Em entrevista ao Jornal da Tarde, da rádio Rural, a vereadora Isolda Lula Dantas (PT) disse que, até a presente data, não há nenhuma conversa política entre o PT da senadora e o grupo político da prefeita de Mossoró. É bom frisar no “até o momento”.
Apesar de atuações bem díspares na política potiguar, é bom lembrar que o PP, partido da prefeita, era da base aliada no governo Dilma Rousseff. Sob o viés partidário a união não seria tão incongruente.
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OS CAMAROTES DO PINGO – Por falar em Pingo da Mei Dia, as redes sociais foram tomadas por reclamações acerca dos camarotes instalados no evento. A maioria das queixas girava em torno de superlotação, banheiros insuficientes e cerveja quente. Ao contrário do ano passado, quando houve reclamações pontuais, este ano elas foram generalizadas.
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Bem, é bom ouvir o outro lado, até porque nas edições pretéritas não houve essa gritaria toda, sugerindo assim que o problema foi nesta edição (espero que não ocorra nas edições vindouras). E o que disse o outro lado?
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Alguns organizadores ouvidos pelo blog se queixaram da indecisão quanto à realização do evento e do atraso na entrega das cervejas, em ambos os casos por causa da greve dos caminhoneiros. De fato, não havia depósitos com cerveja em quantidade durante toda a semana passada. Os caminhões com cerveja só começaram a chegar na cidade na sexta-feira à tarde, e muitos só chegaram no sábado pela manhã, isso explica a cerveja quente.
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Quanto à superlotação e insuficiência de banheiros, a culpa é realmente dos organizadores, mas acredito que eles – ao menos os mais compromissados com os clientes – calcularão corretamente o número de senhas à venda, devendo assim diminuir consideravelmente em relação a este ano, isso se o espaço for o mesmo.
Não devemos demonizar os organizadores, pois, como escrevi acima, não houve tantas queixas nas edições passadas, mostrando que eles sabem sim organizar camarotes com open bar.
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“CEY” – Na coluna da semana passada escrevi sobre o iminente arquivamento da Comissão Especial de Investigação (CEI) do Lixo. O iminente virou real. A maioria dos nossos vereadores votou pelo seu arquivamento, o que acabou acontecendo, mesmo ferindo de morte a legislação pertinente, consoante especialistas ouvidos pelo blog.
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Não esperava outra atitude de nossa Câmara Municipal, desde sempre subserviente às ordens do Executivo. Não é de hoje que vereadores governistas votam contra o povo para satisfazer a vontade do chefe do Executivo, consequência do toma lá dá cá imundo que move nosso sistema político.
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Vereadores governistas têm que seguir as ordens do Executivo para assim manter seus cargos e contratos na administração. Sempre foi assim, e não avisto mudança no horizonte. O sistema é feito para funcionar deste modo. Se mudarmos os 21 vereadores, ainda assim veremos a situação se repetir.
Os que não estão no esquema são empurrados para a oposição, onde esperneiam, esperneiam, esperneiam, esperneiam… e esperneiam. Não passa disso.
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Esse discurso de que o povo não sabe votar é balela. Recentemente a Câmara Municipal teve uma renovação significativa, mas os novos ocupantes logo aprenderam como as coisas funcionam, e então passaram a agir como todos os outros, na base do toma lá dá cá. Renovar não adianta.
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TRAGÉDIA – O filme Deadpool 2, ainda em cartaz nos cinemas, guarda um episódio triste. A dublê Joi Harris, de 40 anos, morreu durante a gravação de uma das cenas. Ela perdeu o controle da moto e acabou colidindo contra uma estrutura de vidro. A perícia eximiu os produtores do filme de qualquer culpa no episódio.
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O PERIGO MORA AO LADO – Comumente, as mulheres evitam lugares ermos e escuros, especialmente becos onde há pouco movimento. O coração dispara se em sua direção aparece um cara usando capuz. O temor de ser estuprada é grande.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), contudo, o lugar onde a mulher corre mais riscos de ser estuprada é a própria casa. 70% dos estupros de mulheres têm como agressor algum familiar, amigo ou vizinho. É bom ficar atento!
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DESORGANIZAÇÃO JUNINA – O evento Mossoró Cidade Junina é considerado, pela Lei n.º 2.494/09, um bem cultural local. É um patrimônio de todos os mossoroenses, pena que alguns gestores não saibam cuidar desse bem com zelo.
Ontem à tarde, momentos antes do show de abertura, com a banda Aviões do Forró, era grande o corre-corre na Estação das Artes. Tudo sendo montado do jeito que dava certo, às pressas.
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Em grupos de WhatsApp circularam áudios e vídeos de comerciantes revoltados com a falta de organização e com o descaso e ignorância dos representantes da prefeitura que estavam no local. A acusação era de que a prefeitura não cumpriu o que foi acordado com os barraqueiros, especialmente nos quesitos material, espaço e localização. Lamentável!
P.S. Já após concluir essa coluna soube que um dos camarotes desabou. O evento já era previsível, inclusive postei isso nas minhas redes sociais. Não precisava ser nenhum Robério de Ogum para prever que isso poderia acontecer. Estive à tarde na Estação das Artes e vi a precariedade das estruturas e a rapidez irresponsável dos que a montavam. Graças a Deus não houve mortes, apenas feridos. Profundamente lamentável.
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TODO O TEMPO DO MUNDO – Dias antes de iniciar o Mossoró Cidade Junina tudo já deveria estar pronto, até porque a Estação das Artes é um espaço isolado, delimitado por muros. Uma montagem feita dias antes não atrapalharia o trânsito, nem causaria transtorno, diferentemente de eventos realizados em ruas e avenidas, os quais necessitam de uma logística maior e de um tempo mais exíguo para montagem.
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IMORAL – A banda Aviões do Forró recebeu da prefeitura municipal a quantia de R$ 330 mil para realizar um show com duas horas de duração. O pagamento fere de morte o princípio constitucional da moralidade pública. A cidade passa por vários problemas, entre estes o desabastecimento nos equipamentos de saúde, greve de algumas categorias, ruas esburacadas, violência crescente e defasagem salarial dos servidores.
Com tantos problemas mais urgentes para resolver, é um acinte contratar uma banda de forró por R$ 330 mil. É um soco no estômago do cidadão que vê várias falhas nos serviços básicos. Sem contar que a prefeitura de Assu contratou a mesma banda por R$ 220 mil.
Sinceramente, estão tripudiando do povo.
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O PETROLEO É NOSSO – Durante a greve dos caminhoneiros muito se falou acerca do método utilizado pela Petrobras para definir o preço dos combustíveis. O ex-presidente optou por um método que agradava por demais ao mercado, por isso virou logo o queridinho dos grandes empresários e da imprensa que eles dominam.
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Vale lembrar, contudo, que a Petrobras não é uma empresa privada (ainda não), tanto é que seus servidores são escolhidos mediante concursos públicos e suas negociações são feitas mediante licitação. Na realidade, trata-se de uma Sociedade de Economia Mista, e como tal deve cumprir sua função social, além da necessidade de ser fiscalizada pelo poder público e pela sociedade.
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Nas redes sociais muitos trataram do assunto como se a Petrobras já fosse uma empresa totalmente privada, não atentaram para o seu caráter público. É claro que muitos a querem privatizar, mas não vejo essa opção como a melhor. O petróleo é nossa maior riqueza, não acho uma boa entrega-lo ao capital estrangeiro.
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ELA NÃO É CAMELO – Em São Paulo, uma trabalhadora foi demitida por justa causa pelo fato de ter bebido uma garrafa de água de 500 ml durante o expediente. O caso foi levado à Justiça do Trabalho, que, claro, deu razão à empregada. Na sentença, a juíza Luciana Bezerra de Oliveira, da 57ª vara, sapecou:
“A reclamada não contratou robôs. Seus empregados são seres humanos. E, como tais, precisam beber água com regularidade. E não se trata de querer, de luxo ou capricho, mas de necessidade fisiológica… A atitude da reclamada de despedir sua empregada por justa causa por beber uma garrafa de água (repita-se, pois necessário!) é, além de um exagero, um exemplo de desrespeito ao mais elementar direito de qualquer ser humano, de qualquer ser vivo na face da Terra que é o de matar a própria sede”.
Além dos danos morais, fixados em mais de R$ 11 mil, a empresa ainda deverá arcar com 15% dos honorários sucumbenciais e multas diversas relativas às cláusulas normativas das convenções coletivas da categoria da autora.
Além disso, por ter mentido sobre fornecimento de água, foi aplicada multa por litigância de má-fé, no valor de 10% da causa em favor da autora.
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SUGESTÕES/CRÍTICAS – Esta coluna é atualizada às sextas-feiras, sempre às 04h59. Sugestões e críticas podem ser enviadas para o número 99648-2588 (WhatsApp).