Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

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Carrego uma deficiência que por vezes prejudica minha convivência social. Tenho uma absurda dificuldade para memorizar rostos e nomes, é quase patológico. Penso que a parte do meu cérebro responsável por tal função trabalha no mínimo necessário.

Quem convive minimamente comigo é testemunha de minhas constantes indagações ao pé do ouvido: “Como é mesmo o nome dele (a), hein?”.

Sou capaz de passar todo um churrasco de domingo conversando com uma pessoa, que conheci ali, e uma semana depois, ao cruzar com ela no supermercado, por exemplo, não lembrá-la. Acredite, é verdade.

E antes que algum engraçadinho diga que é por causa do álcool consumido no churrasco, informo que isso acontece em qualquer circunstância. No exercício de minha profissão, por exemplo, lido com muitos advogados que não conheço, os quais esqueço completamente a fisionomia e o nome uma semana depois de ter tido contato com eles.

Também acontece com profissionais da Saúde, ex-colegas de classe (ensino médio e faculdade), prestadores de serviços, vizinhos de condomínio etc.

Essa minha deficiência cognitiva me faz passar por antipático ou besta. Eu não cruzo com alguém e faço de conta que não conheço. De fato, eu não conheço, não lembro. Só consigo guardar fisionomias e nomes de pessoas que fazem parte do meu cotidiano, é impressionante.

De cada dez pessoas que me cumprimentam nas ruas, chuto que só reconheço umas três ou quatro. Algumas eu lembro que conheço de algum lugar, mas não cravo de onde.

Aproveito para agradecer as pessoas que têm paciência comigo, que não se cansam de responder a minha contumaz pergunta: “Quem é? qual o nome?”, sobretudo meus amigos.

Tem alguma pílula para isso? Não sei…

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